Na próxima quinta-feira, dia 13 de junho, o Conservatório – Escola das Artes da Madeira, Eng.º Luiz Peter Clode, promove uma palestra sobre a temática ‘Noites da Madeira: Os Músicos Embarcados – 1946-1974’. Esta sessão, promovida pelo Curso de Música Moderna Pop Rock, decorrerá no salão Nobre do Conservatório, entre as 14h30 e as 16h30, e contará com a participação especial do professor Vítor Sardinha. Nesta palestra serão abordados percursos artísticos de vários agrupamentos, bem como músicos que conseguiram atingir patamares elevados no panorama musical, nacional e internacional.
A palestra ‘Noites da Madeira: Os Músicos Embarcados – 1946-1974’ pretende, para além de apresentar a toda a comunidade educativa do Conservatório as realidades musicais existentes, no passado, na Ilha da Madeira, também criar uma dinâmica no mais recente curso da instituição, o Curso de Música Moderna Pop Rock, conjugando os saberes curriculares com outros, externos ao programa das disciplinas. No fundo, é dar a conhecer aos presentes quem eram os músicos dessa época e como é que conseguiram o estrelato, desde os concertos, os discos e a fama, quando viviam numa ilha que estava a três dias de barco de Lisboa. Se se associar o facto que não existia televisão, internet ou outros meios como as atuais ferramentas de produção, promoção de imagem, gravação áudio digital, entre outros, depressa se reconhece o mérito de todos eles. Nesta sessão também poderão ouvir a música gravada naquele tempo, interpretada pelos próprios, em português, inglês, francês e italiano.
Este evento será conduzido pelo investigador, músico e professor Vítor Sardinha, cuja experiência abrange uma diversidade de projetos editados ao longo do tempo (1997 – 2022), com trabalhos regulares sobre a música e os músicos da Madeira.
Nota biográfica de Vítor Sardinha:
Músico, professor, compositor e investigador. Tem o Curso de Guitarra Clássica do Conservatório de Música da Madeira e a Profissionalização em Serviço (Educação Musical) pela Universidade da Madeira. Professor do Quadro da Escola Básica e Secundária da Ponta do Sol. Iniciou os seus estudos musicais com o seu tio, o guitarrista e violista Lídio Dias tendo sido aluno do professor António Isidro Pires. Frequentou Master classes com Dagoberto Linhares, Lopes e Silva, Jorge Peixinho, Vitorino D’Almeida, entre outros. Músico profissional nas noites musicais do Funchal, Lisboa e Porto. Fundou a Tuna dos Instrumentos Tradicionais Madeirenses em 1987 (Secretaria Regional de Educação – Gabinete de Apoio à Expressão Musical e Dramática). Integrou a Representação das Artes da Madeira na Exposição e Encontro (Biblioteca Nacional, Lisboa, em 1991). Professor de Guitarra e História da Música no Gabinete de Apoio à Expressão Musical e Dramática.
Cursou Antropologia Social no ISCTE e foi professor em Lisboa, Almada e Albufeira. Orientou com Rui Camacho duas ações de sensibilização nas escolas da Madeira: «A Música Popular e a Nova Escola» (1999) e «Práticas Musicais Madeirenses» (2002). Contou com o alto patrocínio do Funchal 500 Anos em 2008 na divulgação do seu trabalho musical e artístico «Águas Mansas». Participou como instrumentista e arranjador nos projetos «Almma», «Xarabanda» e «Encontros da Eira». Coordenou o Centro de Documentação da Associação Musical Xarabanda de 2002 a 2004.
Realizou diversas investigações sobre a música e a cultura popular madeirense, estando já editadas: «Rostos e Traços das Bandas Filarmónicas Madeirenses» (Funchal: DRAC, 2001), «Noites da Madeira» (Diário de Notícias da Madeira, 2006), «Maria Ascensão e o Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha» (DRAC/Encontros da Eira 2008), «Orquestras de Corda Madeirenses» (DRAC 2013), «A Viola de Arame – Práticas e Contextos» (Editora Madeirense, 2018), «MAX – Percurso e Vida Artística» (Direção Regional da Cultura (Funchal, 2021). É também Coautor das obras «A Madeira na História» (Âncora Editora, 2008) e «A Madeira e a Música» (Funchal 500 Anos, 2008).
Orientou o Observatório de Educação Musical através do Gabinete Coordenador de Educação Artística, em 2003/2004, e integrou a equipa responsável pela Regionalização do Currículo de Educação Musical em 2004/2005. Coordenou em parceria com a Associação Musical Cultural Xarabanda, a edição musical em CD, gravada pela Orquestra de Sopros do Conservatório de Música da Madeira (2005), com obras de compositores madeirenses.
Palestrante convidado no I e II Encontro de Professores de Educação Musical da Madeira e no I Fórum de Cultura da Madeira (DRAC 2008). Fundou e dirigiu o Curso de Viola de Arame e Rajão, entre 2008 e 2013, no Conservatório Escola das Artes da Madeira. Palestrante no workshop internacional: «Madeiran Traditional Instruments – From here to somewhere else» (2008) realizado nesta escola. Integra desde 2009 o projeto nacional e transnacional de revitalização da viola de arame com músicos portugueses e brasileiros tendo já realizado neste âmbito concertos, participado em conferências e oficinas em Portugal Continental, Açores, Madeira, Brasil e Cabo Verde.
Esteve destacado no Museu Quinta das Cruzes (2014-2017) com o projeto «Há Música no Museu» (Residência Artística), desenvolvendo atividade pedagógica e musical no Serviço Educativo do Museu (Ateliês Musicais e Música Conversada). Desenvolveu uma investigação musicológica sobre o Orquestrofone (instrumento mecânico daquele museu), com gravação profissional para a posterioridade das músicas do seu repertório (Paulo Ferraz Studio, 2016. Dessa investigação está concluída para edição a obra «O Orquestrofone do Museu Quinta das Cruzes – História, Inventário e Organização do repertório musical».
Participou ao longo dos anos em Festivais de Música na Madeira e no continente português, salientando-se os seus projetos coletivos Pavão & Victoria (Festival de Música da Madeira 2011), Rajame (Festival Raízes do Atlântico 2008, 2009 e Porto 2010), Medio Atlântico (Áustria 2013, Funchal 2014) Terras da Vera Cruz (Raízes do Atlântico 2017). Realizou ainda concertos em Ponta Delgada, Angra do Heroísmo, Lisboa, Porto, Londres e Krems-Aústria, tendo ainda participado em Belo Horizonte, Brasil (2015 e 2016) na I e II Mostra Internacional de Viola de Arame, promovida pela Fundação da Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte. Fez parte da Comissão de Valorização da Viola de Arame para a promoção do Instrumento a Património Cultural e Imaterial da UNESCO. Representou a Madeira em Cabo Verde (concerto e palestras, 2017), com apoio do Governo Regional da Madeira, Embaixada de Portugal em Cabo Verde, Instituto Camões e Centro Cultural Português da Cidade da Praia.
Foi docente da disciplina «História da Música da Madeira» no CEPAM (2017-2018). Esteve requisitado na Direção Regional da Cultura entre 2018 e 2022, como Investigador responsável pelo espólio do artista Maximiano de Sousa (MAX), doado à Região Autónoma da Madeira pela família. Neste âmbito, realizou várias atividades entre elas a Biografia Artística (já editada em livro pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura, Coleção de Postais, Livro de Repertório, Levantamento Discográfico e Levantamento de Programas Radiofónicos (Arquivo da Emissora Nacional, RDP- Lisboa), Documentação Profissional, Levantamento Fotográfico, entre outros. Colaborou ainda na página oficial da Secretaria Regional do Turismo e Cultura (Madeira 600 Anos), divulgando histórias sobre a música e os músicos da Madeira.
No decorrer do ano letivo 2021/2022 percorreu os Museus tutelados pelo Governo Regional da Madeira com o projeto «Da Madeira ao Hawaii – uma viagem musical», colocando em evidência o Rajão, os mestres violeiros madeirenses que trabalharam a arte no Hawaii e as levas migratórias da Madeira para aquela região do Pacífico que possibilitaram a ida dos instrumentos da Tradição da Madeira e a origem local do UKULELE, o instrumento nacional do Hawaii.
Discografia editada: «Terras da Vera Cruz» (1997), «Gestual Sonoro» (1999), «Águas Mansas» (2006), «Asas de Gavião» (2009), «As Cores do meu Rajão» (2016), «Uma Viola na Cidade» (2017), «Ponte Sul & Outras Músicas» (2018), «Boa Viagem» (2019)